segunda-feira, 17 de maio de 2010

em telhados.......




                                                           

Pelo o que me diz respeito
Eu sou feita de dúvidas

O que é torto, o que é direito
Diante da vida
O que é tido como certo, duvido

E não minto pra mim

Vou montada no meu medo

E mesmo que eu caia

Sou cobaia de mim mesma

No amor e na raiva

Vira e mexe me complico

Reciclo, tô farta, tô forte, tô viva

E só morro no fim

E pra quem anda nos trilhos cuidado com o trem
Eu por mim já descarrilho
E não atendo a ninguém
Só me rendo pelo brilho de quem vai fundo

E mergulha com tudo
Pra dentro de si

Lá do alto do telhado pula quem quiser

Só o gato que é gaiato
Cai de pé...





(Martha Medeiros)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

rebeldias `a parte

Não gosto de silêncios
Sou movida a música
Ainda não consigo deixar esse canto com som
Mas quero , preciso falar
Porque ao falar, o que sinto fica mais leve
Partilhei com meu próprio silêncio
Usei desenhos que se assemelham a letras
Ao juntarem-se , formam parte de meu sentir
Quando grita aqui essa vontade
É preciso soltá-la
Poderá tornar-se selvagem
Tenho sido selvagem comigo
Tão sem respeito por mim mesma
Forma incoerente de odiar
Apenas o alvo errado
Alvo que não merece tanto
Mas que na minha indomável teimosia
Permanece do alvorecer ao por do Sol
Permanece em meio ao sono
Em forma de sons, mesmo de sonhos
Seguir o curso natural
Ainda não aprendi
Aceitar o que me é, ou não de direito
Também , não aprendi
Sigo, páro, sorrio, brinco
E tudo continua da mesma forma
Mesmo à revelia.